sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

VIVENDO EM INTEGRIDADE E RETIDÃO PERANTE DEUS

Texto base: Jó 1.1 – “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal.”

Nos dias atuais muitas pessoas acham que ser cristão se resume a afirmar que tem fé em Jesus Cristo, frequentar uma igreja, usar roupas consideradas decentes (saias e vestidos longos, calças e camisas sociais, etc.), não beber, não fumar, e coisas do gênero.
A Palavra de Deus nos mostra que o padrão de Deus para a vida dos crentes não se resume ao cumprimento de algumas regras, mas, sim, a uma vida de integridade e retidão.
No nosso texto base vemos que Jó é elogiado por ser um homem íntegro, reto, temente a Deus e que se desvia do mal. O próprio Deus o elogia (v.8).
A Bíblia nos revela que Deus ama a integridade e a retidão, e tem promessas grandiosas para quem cultiva essas virtudes.
Integridade: Jó 8.20; Salmos 18.25; Salmos 37.37; Provérbios 19.1
Retidão: Salmos 7.10; Salmos 11.7; Salmos 119.1; Provérbios 14.2; Efésios 4.24.

Conceitos

Integridade: honestidade, sinceridade, coerência entre o interior e o exterior, inteireza. Em Provérbios 11.3 vemos a integridade como contraposição à falsidade. Pessoa sem hipocrisia. Procura servir a Deus com inteireza do seu ser, esforçando-se para que haja coerência entre o que prega e o que vive. Não é duas caras, não tenta servir a Deus pela metade.
Jesus chamou os fariseus de hipócritas, pois exteriormente demonstravam muito zelo pela Lei de Deus, mas interiormente eram impuros, egoístas, avarentos, não cumpriam os mandamentos. (Ex.: Mateus 23.3 e 27)

Retidão: consciência, honradez, probidade, seriedade, levar uma vida sempre buscando o bem, tanto próprio como do próximo; não cultivar o desejo de fazer o mal, de prejudicar os outros, nem buscar o benefício pessoal às custas de outrem.

Integridade e retidão andam de mãos dadas. Quem cultiva uma dessas virtudes, frequentemente cultiva também a outra. Geralmente a pessoa íntegra também é reta, assim como o oposto é verdadeiro.

Situações que não se caracterizam como integridade e retidão, mas que muitas vezes são vistas na vida de pessoas cristãs.

1) Inadimplência contumaz: aquela que resulta da má vontade em honrar os compromissos. Geralmente presente em pessoas que não se importam com a situação alheia. Mesmo que possua meios de pagar, prefere gastar com outras coisas e deixar a dívida aumentar, sem pretensão de quitar o débito.
Em Gênesis 3.19, Deus determina o homem deve obter o sustento com o seu trabalho, seu esforço. Quem deve e não paga porque não quer está se aproveitando do “suor” alheio, pois o credor trabalhou, investiu para fornecer o bem ou serviço, e o inadimplente terá usufruído disso sem a devida contraprestação.
O cristão não deve ser um inadimplente, excetuando-se apenas situações excepcionais, quando ocorre desemprego, despesas inesperadas que desestruturam as contas, mas não pode ser algo habitual, e, sim, eventual. Nesses casos, é íntegro e reto quem procura os credores para negociar a dívida, demonstrando que deseja pagar.
Lendo Mateus 22.17, vemos que Jesus disse que se deve dar aquilo que é de direito a cada um.
Paulo, em Romanos 13.7-8, orienta a pagar o que é devido a quem de direito.

2) Obtenção de vantagem às custas de outrem: há pessoas que vivem buscando formas de levar vantagem nas situações, mesmo que isso implique em que o outro tenha algum prejuízo ou de alguma forma seja lesado.
Podemos exemplificar com o patrão que explora os empregados atribuindo-lhes carga de trabalho superior à que corresponde ao salário pago, ou que não paga corretamente os direitos de seus empregados. (Levítico 19.13; Deuteronômio 24.14; Jeremias 22.13; Malaquias 3.5)

Nota: jornaleiro, na Bíblia, se refere ao trabalhador diarista, que recebe por jornada, por tarefa.

Outro exemplo, envolvendo uma situação bem atual, é o de pessoas que se aproveitam do desespero causado por alguma situação, e exploram o próximo. O Rio de Janeiro atualmente viveu há alguns dias uma grande tragédia, com muitas mortes e milhares de desabrigados por causa das chuvas. Houve falta de água potável. Pessoas se aproveitaram disso para vender galões de água por R$40,00 cada, quando seu valor normal seria por volta de R$10,00. Claramente a intenção era obter lucro com a desgraça alheia.

O cristão não deve andar envolvido em esquemas que visam obter vantagens pessoais em detrimento de outras pessoas, ou em detrimento da lei, da moral e da ética.

3) Fofoca: fofocar é falar da vida alheia, espalhar informações ou boatos sobre alguém. Há muitos crentes que vão à Igreja, participam dos cultos, cantam, oram, choram, esperneiam, pulam, gritam “glórias a Deus”, mas nem bem acabam de sair da Igreja já se põem a falar da vida alheia. No seu dia a dia ficam observando as pessoas para poderem levar “notícias quentinhas” à rodinha de amigos (as) que compartilham do mesmo “passa-tempo”. Gostam de estar sempre bem informadas sobre os acontecimentos que envolvem os outros.
A Palavra exorta a não nos metermos na vida alheia, antes, devemos encontrar ocupação. A fofoca provoca dissensões, discórdias, separa pessoas, e não é isso que Deus quer que façamos (2 Tessalonicenses 3.11; Provérbios 6.16.19; Provérbios 16.28; 1 Pedro 4.15).

4) Maledicência: é falar mal contra alguém, ter palavras ruins contra as pessoas. Quando se faz isso, está-se tentando diminuir o valor da pessoa de quem se fala, quase sempre como uma forma de tentar aumentar o nosso próprio valor. Não podemos tentar nos valorizar desvalozirando os outros. Nossas palavras têm que ser edificantes (Efésios 4.29), precisam abençoar e não amaldiçoar (Tiago 3.8-13), devem ser equilibradas, agradáveis (Colossenses 4.6).
As palavras que saem de nossa boca habitualmente demonstram o que temos em nosso coração (Lucas 6.45). Assim, quem vive maldizendo aos outros, não está com o coração cheio da Graça de Deus e de amor, antes, está repleto de sentimentos carnais, de inveja, ciúmes, arrogância, e nada disso vem de Deus, pelo contrário, vem do demônio (Tiago 3.13-16).

5) Mentira: um cristão mentiroso deve analisar seriamente a realidade de sua conversão, porque Jesus foi bastante claro ao dizer que o pai da mentira é o diabo (João 8.44). Ora, não é possível ser um filho de Deus e, ao mesmo tempo, conviver harmoniosamente com a filha do diabo, a mentira. Jesus Cristo é a verdade, e Ele ama a verdade. A Bíblia nos exorta a falarmos a verdade (Efésios 4.25), assim como faz pesadas advertências a quem ama a mentira (Salmo 52.3-5).
A mentira retira toda a credibilidade da palavra de uma pessoa, não permite que se deposite confiança nela, e provoca situações capazes de gerar problemas sérios.
Quem mente não anda em integridade e retidão, e, portanto, não agrada a Deus.

6) Omissão diante da necessidade do próximo: muitas vezes vemos nosso próximo passando necessidade, mas nos omitimos, não lhe prestamos nenhuma ajuda, mesmo tendo condições para isso, não oramos por ele, não queremos nos envolver. A retidão implica em viver buscando o bem não apenas para si, mas também para o próximo. A Bíblia nos diz que quem sabe que deve fazer o bem e não faz, está pecando (Tiago 4.17).
A parábola do bom samaritano mostra que religiosidade não agrada Deus, mas, sim, a demonstração prática de amor ao próximo.
Deus nos exorta a que façamos o bem, defendendo pessoas oprimidas, buscando melhores condições para todos (Salmo 41.1; Salmo 82.4; Isaias 1.17; 1 João 3.17).
Conforme a possibilidade que Deus nos dá, devemos socorrer às pessoas que sofrem, fazendo o que estiver ao nosso alcance para que suas necessidades sejam atendidas. Quem não age assim é egoísta, não aprendeu a ser solidário, e corre o risco de ficar desamparado quando passar por uma situação difícil.

7) Idolatria: o cristão que não é íntegro e reto coloca diversas coisas no lugar de Deus. As suas prioridades são mundanas. O programa da televisão tem prioridade sobre a reunião de oração; conservar o carro novo é mais importante do que colocá-lo à disposição da obra de Deus; correr atrás de riqueza é mais importante do que adorar a Deus em espírito e em verdade; imagens feitas por mãos humanas recebem mais atenção do que Deus, contando com datas especiais, rezas, festas, etc.; tudo é prioridade, menos Deus e Sua obra.
O cristão íntegro e reto diz a Deus que o ama, e expressa esse amor em seus atos no cotidiano, tanto no que diz respeito à comunhão com o Pai, como o amor ao próximo.
Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1 Cor 10.14). Leia, também, Lv 19.4.


Conclusão: Integridade e retidão têm a ver com obediência a Deus, humildade, submissão, mas principalmente amor a Deus e ao próximo.
Andar no Espírito conduz à integridade e retidão (Gl 5.14-26), pois hipocrisia e falta de retidão são obras da carne.
Que sejamos pessoas íntegras e retas, sempre buscando glorificar a Deus através de nossas vidas, a fim de que nosso testemunho seja um instrumento de anúncio do Evangelho de Cristo.

20.01.2011
José Vicente
Material de apoio: Bíblia de Estudo de Genebra
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

EVITANDO AS ÁGUAS AMARGAS

“Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água. Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao SENHOR, e o SENHOR mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou. E disse: Se ouvires atento a voz do SENHOR teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o SENHOR que te sara.
Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas.” Êxodo 15.22-27

Após sua libertação do Egito, Israel passou a caminhar pelo deserto, rumo à terra que Deus lhe havia prometido. Deus era com Seu povo e o protegia, fazendo maravilhas diante deles.
Moisés foi o homem escolhido por Deus para liderar esse povo na jornada, desde a libertação até a chegada à entrada da terra prometida.
No deserto, como se sabe, não se encontra água com facilidade, e quem não carrega boas reservas consigo com certeza passará momentos muito difíceis, pois além do calor escaldante se verá às voltas com a sede e a desidratação.
Tendo caminhado por alguns dias, acabaram-se as reservas de água do povo, e eles sentiram sede, mas não tinham como saciá-la.
Nesse momento chegaram a um local onde havia água. Que alegria! Entretanto, ao provar da água perceberam que era amarga, impossível de ser consumida. Eis a razão de ter sido chamado o lugar de Mara, pois essa palavra significa amargura, amargor, designando o que é amargo.
Em nossa vida, não raramente nos encontramos em situações que se parecem com aquela enfrentada por Israel, pois caminhamos em meio ao deserto (tribulações, problemas, parecendo que estamos sob o sol escaldante), e nos deparamos com muitas fontes de águas amargas (palavras duras, mágoas, ressentimentos, ira, ódio, etc.).
Para que nossas vidas não se encham se amargura, precisamos olhar para o exemplo do texto e evitar algumas coisas, bem como adotar outras.

1.                  Não beber da água amarga

Quando o povo de Israel se deparou com a fonte de água, mas constato que ela era amarga, ninguém bebeu dela.
Beber água amarga realmente não é nada agradável. Em alguns tipos de enfermidade acabamos tomando algum remédio amargo, mas água amarga não há como beber, pois além de não matar a sede ainda provoca mal estar, deixa um gosto horrível na boca, e pode gerar diversas reações desagradáveis, dependendo de cada pessoa.