segunda-feira, 23 de maio de 2011

A INUTILIDADE DA LIBERDADE

CRISTÃO SOSSEGADO NO BRASIL
MISSIONÁRIO CRISTÃO PERSEGUIDO E MORTO NA INDONÉSIA

Texto base: Atos 16.19-34

O texto base nos mostra Paulo e Silas pregando o Evangelho de Cristo, libertando uma mulher que era cativa de um espírito de adivinhação, e como consequência eles foram açoitados e jogados numa prisão. Eles não haviam cometido nenhum crime, todavia, para os incrédulos, idólatras e corrompidos homens que viviam naquele lugar, Paulo e Silas eram culpados de um crime muito grave: anunciar uma mensagem que ia contra seus costumes pecaminosos, denunciando a mentira e proclamando a Verdade.

Essa passagem pode parecer, a nós, que vivemos em um país como o Brasil, algo que somente ocorreu em um passado distante, quando a Igreja de Jesus Cristo estava dando seus primeiros passos. Podemos ser levados a pensar que nos dias atuais não aconteçam coisas assim, afinal, temos ampla liberdade para pregar o Evangelho, para sair de porta em porta entregando folhetos evangelísticos, para carregar nossa Bíblia, participar de cultos, etc.

Essa liberdade não é apenas para os evangélicos, obviamente, pois, no Brasil, qualquer credo religioso goza da prerrogativa de ser livremente praticado, sem interferência das autoridades públicas.
Isso é realmente uma bênção. Não nos imaginamos sendo presos pelo fato de termos uma Bíblia. Não passa pela nossa mente a ideia de perdermos nossa família porque participamos de uma reunião cristã. Nenhum de nós vai a um templo morrendo de medo de que a polícia ou qualquer outra autoridade invada o local e arraste todos para a prisão, com muita violência, disparando tiros e, até mesmo, matando pessoas por causa de sua fé.

Sim, somos muito abençoados com essa liberdade.

Mas de que adianta ter tanta liberdade, se não a valorizamos nem a aproveitamos em prol do Reino de Deus?

Vejam bem, o que ocorreu com Paulo e Silas não é um fato que está enterrado no passado, muito pelo contrário, é algo que continua acontecendo hoje e de forma bastante violenta e frequente.

Em países como China, Índia, Afeganistão, Irã, Coréia do Norte, Paquistão, Eritréia, Indonésia etc., ser cristão é praticamente um crime. Pregar o Evangelho de Cristo é motivo para ser preso, torturado, perder bens e família, e muitas vezes acabar sendo morto.

Quem tem dúvidas quanto a isso, pode acessar o site www.portasabertas.org.br, e constatará essa dura realidade a que estão sujeitos nossos irmãos em países de maioria muçulmana ou que possuem alguma outra religião onde predomina o radicalismo.

É interessante notar o contraste que se estabelece quando fazemos uma comparação entre a Igreja livre e a Igreja perseguida. Enquanto nós, da Igreja livre, vivemos procurando desculpas para não participarmos de reuniões de oração, da escola bíblica dominical, dos cultos e reuniões de estudo bíblico, nossos irmãos da Igreja perseguida chegam a pagar com a própria vida para poderem adorar a Deus através dessas atividades.
Enquanto nós, aqui, quando chamados a participar de algum trabalho evangelístico, como a entrega de folhetos de casa em casa, preferimos ficar assistindo à televisão ou dormindo ou fazendo qualquer outra coisa prazerosa, nossos irmãos da Igreja perseguida clamam a Deus que um dia possam ter liberdade pelo menos para poderem dizer abertamente que creem em Jesus.

Acredito que se um irmão da Igreja perseguida viesse visitar o Brasil, ficaria surpreso ao ver que gozamos de tão ampla liberdade. Mas, ao saber de um trabalho evangelístico realizado por alguma denominação evangélica, empolgado para poder participar e cumprir a missão dada por Jesus, talvez ele ficasse muito admirado ao ver que seriam poucos os cristãos que se disporiam para participar dessa obra.

Infelizmente nós, da Igreja livre, não valorizamos a liberdade que possuímos, e não usufruímos dela como deveríamos.

Jesus disse que devemos ser Suas testemunhas em todo o mundo, pregando a mensagem do Evangelho e ensinando o que Jesus ensinou.

Em vez de cumprir o que o Mestre nos mandou, usamos nossa criatividade para encontrar desculpas para a nossa negligência.

Afinal de contas, para que serve tanta liberdade se com ela não servimos ao Senhor Jesus?

Reflitamos sobre isso, e que o Senhor tenha misericórdia de nós.

José Vicente