Texto base: Mateus 3.1-12
INTRODUÇÃO
João Batista
foi o último profeta da Antiga Aliança. Ele veio num momento em que o povo de
Israel estava ansioso por ouvir a Palavra de Deus, porque por um período de 400
anos nenhum profeta foi levantado por Deus para falar ao povo. Então, surge
João Batista pregando no deserto, falando sobre a vinda do Reino de Deus na
pessoa do Messias prometido nas profecias.
João tinha a
incumbência de ser o arauto de Cristo, aquele que ia adiante anunciando a vinda
do Rei, e ele cumpriu sua missão integralmente.
Após a morte
e ressurreição de Cristo, Ele instituiu a Sua Igreja como seu arauto, com a
finalidade de proclamar o Seu Evangelho e anunciar a sua volta. Nós, como
Igreja do Senhor, temos a responsabilidade de, assim como João Batista, pregar
as Boas Novas e chamar pecadores ao arrependimento.
Acontece que
nos dias atuais a Igreja de Cristo não parece impactar o mundo como impactava
João Batista. A pregação das Boas Novas não parece surtir o mesmo efeito que
naquela época. Olhando para o povo evangélico, é possível notar diferenças em
relação à Igreja dos primeiros tempos, aquela que era amada e respeitada por
muitos, e odiada por outros tantos, mas que fazia a diferença na sociedade.
A Igreja,
nos seus primórdios, manifestava uma intensidade na pregação e na vivência da
Palavra, de maneira que seu ministério era muito parecido com o de João
Batista. Podemos encontrar na pessoa de João algumas virtudes que são
essenciais à Igreja para que ela possa cumprir sua missão conforme a vontade do
Senhor, e que estavam presentes na Igreja primitiva, mas, hoje, parecem estar
adormecidas.
1)
Ousadia
Ousadia,
segundo o dicionário, tem a ver com intrepidez, coragem, destemor, firmeza
mesmo diante do perigo.
João era um
homem ousado, assim com o era a Igreja Primitiva. Essa ousadia se revelava de
duas formas:
a)
Ousadia
na pregação
João Batista
não se intimidava na pregação da mensagem de Deus, antes, ele anunciava o
Evangelho com intrepidez, não importando quem era o ouvinte.
No v. 5 vemos que ele pregava ao povo em
geral. No v. 7 João prega a mensagem
aos líderes religiosos judaicos (fariseus e saduceus). Em Lucas 3.19 é dito que João pregava também ao rei Herodes. Portanto,
João Batista avançava com ousadia no anúncio do Evangelho.
A Igreja
primitiva também demonstrava essa virtude. Em Atos 4.31 é narrado que a Igreja anunciava com intrepidez a Palavra
de Deus.
Ao longo dos
anos, a ousadia sempre foi uma virtude essencial à Igreja de Cristo para que
ela pudesse pregar o Evangelho. Muitos cristãos, assim como João Batista,
pagaram um alto preço por serem ousados e não se intimidarem diante de ameaças.
Já se passaram mais de 2000 anos desde a ascensão de Cristo para junto do Pai,
quando Ele comissionou a Igreja a pregar o Evangelho ao mundo, e desde então os
cristãos vêm alternando momentos de ousadia e de timidez. Mas, Deus sempre
reserva servos ousados que, em situações de mornidão espiritual, levantam-se e
provocam uma renovação na Igreja.
Hoje, a
Igreja precisa urgentemente de ousadia no anúncio do Evangelho. É necessário
ter disposição para pregar a Palavra de Deus em qualquer lugar e a qualquer pessoa.
Precisamos da ousadia que se fazia presente em João Batista, para que possamos
anunciar o Evangelho com intrepidez, não nos escondendo com medo das críticas
ou de retaliações, mas anunciando ao mundo a Mensagem de Deus.
A Igreja
deve anunciar o Evangelho da mesma forma para as diversas classes sociais e os
variados tipos de pessoas. Pregar com a mesma intensidade as verdades do
Evangelho tanto às pessoas mais simples como àquelas que estão em posições mais
elevadas. Quer estejamos diante de um gari ou da Presidente da República,
devemos demonstrar a mesma intrepidez.
João Batista
incomodava muitas pessoas, principalmente aquelas que tinham poder religioso ou
político, e aquelas que amavam mais o pecado do que a Deus. Da mesma forma, uma
Igreja ousada vai incomodar aqueles que desejam viver de maneira desregrada,
seguindo o curso deste mundo, em busca do prazer e da satisfação dos desejos da
carne.