segunda-feira, 21 de setembro de 2015

CURANDO A PARALISIA ESPIRITUAL




Texto base: Mateus 9.1-8

        Jesus continuava seu ministério, anunciando o Evangelho do Reino de Deus, levando a palavra de salvação a todos, de forma a reconduzir as pessoas a Deus. Após fazer vários milagres, Jesus estava em sua cidade, envolvido por uma multidão de pessoas ávidas de ouvir a Palavra de Deus, quando um paralítico lhe foi apresentado.
       Interessante notar que Jesus era imprevisível, Ele nunca agia da mesma forma com todas as pessoas e em todas as situações, mas sempre fazia algo diferente. Assim, certa vez ele curou um leproso apenas tocando neste; outra vez, quando se achava que Ele curaria um cego com um simples toque, Ele fez uma lama com sua saliva e passou nos olhos do cego, mandando que se lavasse no tanque de Siloé; quando se esperava um espetáculo, Jesus apenas dava uma ordem, falava uma palavra, e o milagre acontecia; quando se pensava que Ele iria correr para curar seu amigo Lázaro, Ele ainda ficou alguns dias onde estava, e só partiu quando Lázaro estava morto, para, então, promover sua ressurreição.
      Agora, no texto em análise, Jesus mais uma vez age de forma inesperada, pois conduziram perante Ele um paralítico para que fosse curado, porém sua primeira atitude não foi de mandar o paralítico se levantar, o que surpreendeu a todos.
       Vamos ver alguns ensinamentos que Jesus nos transmite nesta passagem.

1) DEVEMOS CONDUZIR OS PARALÍTICOS A JESUS

O paralítico tinha uma vida de limitação, dependia de outras pessoas para tudo. Ele não tinha condições de se locomover sem a ajuda de outros. Sua situação era humilhante, ele não via perspectivas, estava condenado.
Naquele tempo não havia cadeira de rodas, SUS, nem muletas como vieram a existir tempos depois. Assim, o paralítico vivia em um tipo de maca e era transportado por pessoas que se dispunham a ajudá-lo.
Se viesse alguma ameaça, uma perseguição, o paralítico não teria como fugir. As demais pessoas correriam, mas ele ficaria à mercê de qualquer agressão e da morte.
O texto nos diz que o paralítico foi levado a Jesus. Em Lucas 5.17-26, que narra a mesma passagem, é dito que alguns homens o levaram até onde Jesus estava. Essas pessoas acreditavam que Jesus poderia curá-lo. É bem provável que já tivessem presenciado os demais milagres realizados por Jesus. A purificação do leproso, a cura da sogra de Pedro, a libertação de endemoninhados, cura de enfermos, o poder manifestado sobre o mar e os elementos naturais, a cura do criado do centurião apenas com uma ordem à distância. Então, eles viram ali a única chance de libertar aquele homem do seu sofrimento. Não existia nenhuma possibilidade pela medicina ou qualquer outro meio. Jesus era a única solução.
O papel daqueles que creem em Cristo, que compõem a Sua Igreja, é conduzir a Cristo todos os paralíticos, lembrando que um dia nós também fomos paralíticos.
Os paralíticos deste mundo são aqueles que estão com suas pernas amarradas pelo pecado, que não conseguem ir a Cristo, que estão buscando uma forma de se libertarem, ou que nem mesmo perceberam ainda que são paralíticos, pensam que estão caminhando livremente, mas estão aprisionados e nem sabem para onde estão indo.
Essas pessoas, por sua condição, não têm como fugir da morte. A Palavra diz que o salário do pecado é a morte, e o paralítico espiritual está condenado a morrer, porque ele não consegue, por si mesmo, correr para longe da condenação.
Cabe a nós, que conhecemos a Cristo, envidar esforços para que aqueles que ainda são paralíticos espirituais cheguem até Jesus, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance para isto. Os homens que conduziram o paralítico até Jesus não desistiram diante das dificuldades. Lucas narra que eles não conseguiram levar o homem para dentro da casa onde Jesus estava, pois havia uma grande multidão que impedia a passagem, então eles subiram ao eirado da casa e desceram o paralítico até o meio, colocando-o diante de Cristo.
É bem provável que nos deparemos com dificuldades para levar pessoas a Cristo. Mas não podemos desistir, devemos contornar os obstáculos. Perseverar na oração, falar, dar testemunho com nossas vidas, amar incondicionalmente, sem medo de ter atitudes que pareçam ser ridículas, pois o objetivo é muito elevado e valioso.

2) JESUS RESPONDE COM O PERDÃO A QUEM O PROCURA


     O desejo do paralítico era andar, ser curado. Também era isto que pretendiam os homens que o levaram até ali.
Jesus, porém, em resposta à fé daqueles homens, concedeu ao paralítico, antes da cura física, a cura espiritual. Ele liberou perdão ao homem. Jesus queria demonstrar que o maior problema do ser humano não são os males físicos nem as coisas desta vida, mas, sim, a sua condição diante de Deus.
O Salvador ensinou que todo ser humano necessita, desesperadamente, do perdão de seus pecados, pois esta é a maior doença que aflige as pessoas, visto que promove o afastamento de Deus e conduz o pecador à morte eterna.
O peso do pecado gera tristeza, culpa, abatimento, aprisionamento, verdadeira paralisia espiritual, impedindo a comunhão com Deus.
Quem ainda não recebeu o perdão de seus pecados está impossibilitado de fugir da condenação eterna, assim como o paralítico diante de uma grande ameaça, mas uma vez que Jesus usa de misericórdia e libera perdão, as amarras que nos impediam de caminhar são desfeitas e conseguimos andar rumo à vida eterna, trilhando o Caminho que Deus preparou para nossa redenção.
Da mesma forma que o paralítico, nós fomos alcançados pelo perdão de nossos pecados e devemos trabalhar para que outros o recebam.
                 O perdão que Cristo nos dá promove nossa reconciliação com Deus, limpa nosso ser, restaura nossa paz, possibilita nosso acesso a Deus, nos livra da culpa e do fardo pesado que estava sobre nossos ombros. Caminhamos livremente com a leveza de quem tem a consciência de que recebeu a liberdade e a condição de filhos de Deus.
                  O perdão dos pecados vem acompanhado de muitas bênçãos, dentre as quais a cura para males físicos e mentais, conforme a vontade de Deus. Uma vez tratado o espírito, manifesta-se em nosso ser o poder do Altíssimo, tratando-nos nas mais diversas áreas em que haja necessidade.
                  Mas o que Jesus ensina é que em primeiro lugar devemos ansiar pelo perdão, pela cura espiritual, pois de nada vale a cura física se não pudermos viver em paz com Deus.
  
3) SOMOS CURADOS PARA A GLÓRIA DE DEUS

Quando recebemos a cura espiritual e física, toda a glória deve ser dada a Deus.
Os homens que levaram o paralítico até Jesus não receberam a glória por isso. O paralítico não foi glorificado por ter fé. Mas as pessoas que a tudo presenciaram glorificaram a Deus, sabendo que somente pelo poder dEle, que atuava em Seu Filho, fora possível que aquele homem recebesse tão grande graça.
Nós podemos e devemos conduzir as pessoas a Cristo, devemos experimentar, nós mesmos, o perdão e a cura em nossas vidas, mas jamais podemos nos esquecer de que Deus é que deve ser glorificado, e todos os sinais feitos por Jesus são para que as pessoas vejam e temam ao Altíssimo, reconhecendo que dEle vem toda autoridade.
Infelizmente, nos dias atuais muitos pretendem atrair para si a glória pela ação de Deus na vida das pessoas. Há os que atribuem à sua própria fé, ao seu próprio poder ou à sua situação “especial” diante de Deus a ocorrência de curas e outros sinais, e com isto atraem os olhares das pessoas, são cultuados, seguidos como se fossem o próprio Cristo, gabam-se de um poder que não possuem.
Jesus, sendo o Deus Filho, tudo fez para que o Pai fosse glorificado. Ele sempre deixou bem claro que toda a glória era devida a Deus Pai. Isso deve ficar gravado em nossas mentes, para que não caiamos na tentação de reivindicar para nós uma glória que é devida a Deus.

CONCLUSÃO
O ser humano está doente e precisa urgentemente de cura. Não se trata de doenças físicas, pois estas, na maioria das vezes, são reflexo da doença espiritual.
As pessoas precisam de libertação, necessitam ficar livres das amarras do pecado e ter seus corações e mentes transformados pela Graça de Deus. Cabe a nós, Igreja de Cristo, promover o anúncio do Evangelho e levar as pessoas a Cristo, para que experimentem a cura para os males do espírito e do corpo, para que glorifiquem a Deus e lhe dediquem toda a honra devida.
“O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”. (Lucas 4.18-19)
“Teu, SENHOR, é o poder, a grandeza, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu, SENHOR, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos.” (1Cr 29.11)
Amém.
José Vicente

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

SERVINDO A DEUS EM MEIO ÀS TRIBULAÇÕES



ÊXODO 2.23-25

O texto em questão é um trecho da história de libertação do povo de Deus da escravidão do Egito. A situação do povo era dramática, desesperadora, pois vivia sob a opressão dos egípcios, sem liberdade e sem dignidade.

Relembremos a trajetória de Israel até esse momento: José, filho de Jacó, havia sido vendido por seus irmãos como escravo, e ele foi levado ao Egito. Lá, depois de várias desventuras, tendo sido inclusive preso injustamente, foi levado por Deus a ser governador do Egito, ficando abaixo apenas do Faraó em autoridade.

Em um período de grande escassez de alimentos em todas as terras, conforme José havia predito ao interpretar o sonho de Faraó, os irmãos de José foram ao Egito comprar mantimentos, e após algum tempo ele se revelou a esses irmãos. Toda a família de José veio viver no Egito, inclusive seu pai, Jacó (Israel). O faraó os instalou em uma região de terras férteis, e eram tratados com respeito e consideração.

Após a morte de José e do Faraó, passou a comandar o Egito outro rei, que, conforme a Bíblia, não conheceu José. A partir daí o povo de Israel passou a sofrer opressão, pois o rei temia que se tornasse um povo muito forte e dominasse o Egito. Os anos foram se passando e aquele povo outrora livre, agora era escravo, experimentando um grande sofrimento.

A história de Israel no Egito, especificamente no texto em referência e outras passagens correlatas, traz para nós lições muito importantes, que devemos assimilar e colocar em prática para que experimentemos muito mais do poder de Deus em nossas vidas.

Vamos destacar três ensinamentos que podemos extrair do texto.

1)      As tribulações devem nos aproximar de Deus
A nação de Israel viveu 430 anos no Egito (Ex 12.40-41). Durante a maior parte desse tempo o povo, que era livre, se viu privado de sua liberdade, passando à condição de escravidão em um país onde deuses estranhos eram adorados, sendo explorado para aumentar a prosperidade dos egípcios.

O povo sofria com a violência dos feitores, e não havia alegria em seus corações, pois todos os dias tinham que enfrentar essa dura realidade. Os israelitas construíram duas cidades-celeiros, chamadas Pitom e Ramessés. Apesar disso, o povo crescia em número.

A violência era tamanha que o rei ordenou a morte de todo bebê do sexo masculino que nascesse entre os hebreus, devendo ser preservadas apenas as meninas, pois assim Israel não constituiria um exército forte para se insurgir contra o Egito.

A situação de Israel era terrível. Parecia não haver saída para aquele sofrimento, a não ser a morte. Havia tristeza nos corações e a esperança já perecia. Mas foi então que os hebreus tomaram uma atitude que mudou a sua sorte: eles clamaram a Deus, suplicando a Sua providência para que cessasse aquela escravidão e todo o martírio que lhes era imposto.