sábado, 15 de abril de 2017

JESUS E O CHOCOLATE DA PÁSCOA



“E no domingo, ao terceiro dia, Jesus ressuscitou, como havia dito que aconteceria. Um anjo disse a Maria Madalena e outra mulher que a acompanhava: ‘Ide e distribui chocolates aos demais discípulos e a todos que encontrarem no caminho, e orientai-os a fazerem isto todos os anos, em recordação da ressurreição do Coelho Pascal’.”

Vou presentear com uma cesta de chocolates da Cacau Show a primeira pessoa que me indicar de qual livro da Bíblia foi extraída a passagem acima.

É óbvio que ninguém vai ganhar essa cesta, porque simplesmente não existe uma passagem na Bíblia com o conteúdo que transcrevi!

E de onde saiu esse texto? Bem, saiu de minha cabeça mesmo, mas acredito que muitos cristãos seguem à risca o que ali está escrito, mesmo que não encontrem o texto em lugar nenhum da Bíblia.
Na verdade, é possível pesquisar na Bíblia em busca de uma passagem que atribua algum valor ao ato de dar chocolates ou ovos de chocolate na páscoa, mas é claro que não haverá êxito nessa busca, porque simplesmente não existe isso na Bíblia!

Da mesma forma, não se encontrará informação na Bíblia sobre o Coelho Pascal, porque quem morreu e ressuscitou foi o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, que nada tem a ver com coelho.

Ora, e por que, então, os cristãos celebram o coelho da páscoa e distribuem chocolates uns aos outros? Bem, porque viram conveniência em unir a paixão por chocolate a um costume antigo que tem uma historinha bonitinha, conferindo-lhe ares de prática cristã legítima, embora saibam que se trata apenas de um hábito do mundo.

A aparente inocência na figura do coelhinho da páscoa e nos saborosos chocolates rouba o verdadeiro sentido da Páscoa, que é a ressurreição de Cristo, Sua vitória sobre a morte, que garantiu a todo o que nEle crê a certeza de também ressuscitar quando de Sua volta para julgar o mundo.

O que se tem é apenas mais um costume do mundo que foi abraçado por grande parte dos cristãos, pois muitos, quando se fala de agradar ao estômago e satisfazer desejos, são pródigos em criar argumentos cheios de lógica ou emoção para tentar justificar suas práticas, ainda que toda sua explicação não encontre um mínimo amparo na Bíblia.

Ovos de páscoa representam a vida ou uma nova vida. Quem disse isso? Pessoas ao longo dos anos, para justificar a tradição. Mas de acordo com a Bíblia uma nova vida tem início quando ocorre a conversão do pecador a Jesus Cristo. Até onde sei, os novos convertidos não recebiam ovos nem barras chocolate dos Apóstolos nos tempos da Igreja Primitiva e em tempo algum para simbolizar sua conversão, mas sim o batismo e a pública confissão de sua fé, vindo a transformação de vida pela ação do Espírito Santo!

E o simpático coelhinho da páscoa, o que representa? Fertilidade!

Dando uma forçada de barra, o coelhinho e o ovo de páscoa representam a esperança de uma nova vida. Algo bonito, mas que rouba o lugar do Cordeiro e da cruz vazia.

O Cordeiro morreu e ressuscitou por todos os que nEle creem. A cruz vazia simboliza a vitória de Cristo sobre a morte, assim como o túmulo vazio tem o mesmo significado. O coelhinho e o ovo, seja de chocolate ou de galinha pintado – como era feito antigamente -, não podem e não devem ser empregados para simbolizar a esperança cristã, nem mesmo de brincadeirinha, pois a fé cristã não é brincadeira, é algo muito sério, embora muitos não a considerem assim.

O pior é ver ovinhos e chocolates sendo distribuídos às crianças, no domingo de Páscoa, nas próprias Igrejas Cristãs durante a Escola Dominical ou durante o culto ou alguma atividade especial desenvolvida em virtude da Páscoa.

É assim: tanto pais como professores ensinam às crianças, nas Igrejas, que a Páscoa não tem nada a ver com coelho, chocolate ou ovos, e que o verdadeiro significado dessa comemoração é a ressurreição de Cristo. Até aí tudo ótimo! Mas depois de ministrar esse ensino às crianças, os responsáveis simplesmente “chutam o balde” e dão chocolates e ovos aos pequeninos, seguindo a “tradição”. Para amenizar, envolvem os docinhos em uma cestinha que, em vez de coelhinho, tem um cordeiro! Que coisa mais linda, não é verdade?!

A cabeça da criança deve ficar bem equilibrada, afinal, ela ouviu que Páscoa nada tem a ver com chocolate, mas ganhou chocolate na Páscoa. E ganhou na Igreja! E onde fica aquela história de que Páscoa é ressurreição de Cristo, que chocolate é costume do mundo?

Então, muitos vão criar argumentos incríveis para justificar a entrega de chocolates às crianças cristãs na Páscoa, apelando para a emoção, a necessidade de não fazer a criança se sentir diferente das demais, afinal, todas as crianças ganham chocolate nessa data! Não se pode criar um abalo psicológico na criança, negando-lhe algo que as demais ganham livremente!

Isso me faz lembrar uma passagem do Antigo Testamento, quando o povo de Israel pediu um rei para si. Até então, Deus era o Rei desse povo, e atuava por meio de Juízes, pessoas que Ele escolhia para atuarem na liderança e cumprirem o que Ele queria em relação ao povo.

Então, a nação se enfureceu, afinal, os outros povos tinham homens como reis, e somente Israel não tinha! Coitadinhos dos israelitas! Por que eram tratados de forma diferente em relação aos outros povos da terra? Como poderiam suportar esse abalo psicológico de não serem iguais aos demais?

Então Deus lhes permitiu que tivessem um homem como rei, e todos sabem o resultado desastroso que foi. Está tudo registrado 1 Samuel 8.5-22 e seguintes. Interessante notar que o povo, ao ser advertido por Samuel quanto às consequências de seu desejo por um rei, assim respondeu:

“E nós também seremos como todas as outras nações; e o nosso rei nos julgará, e sairá adiante de nós, e fará as nossas guerras.” (1 Samuel 8.20)

Ou seja, eles queriam ser como os outros, embora Deus os tivesse escolhido justamente para que fossem diferentes e fizessem a diferença! O mesmo que Ele fez com a Igreja, que deveria ser luz do mundo e sal da terra, mas que também insiste em querer ser como todo o mundo.

Nesta Páscoa, esqueça os costumes do mundo e celebre o verdadeiro motivo da festa: a vitória de Cristo sobre a morte, e a esperança que nos está reservada em Cristo.

Glória ao Cordeiro, que ressuscitou e dá vida a todos quantos creem nEle.

José Vicente

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