terça-feira, 24 de outubro de 2017

ATITUDES PARA SEGUIR NOS PASSOS DE JESUS



Texto base: Mateus 14.22-33

Todos nós sabemos que viver a fé cristã no mundo é algo bastante difícil e que exige constante vigilância de nossa parte. Precisamos estar prontos para renunciar a coisas que nos sejam interessantes ou importantes, mas que não agradem a Deus; prontos para a oposição; prontos para sermos chamados de loucos, fanáticos, quadrados, intolerantes, alienados, mas, principalmente, prontos para fazer o bem ao próximo e imitar Jesus em nossas atitudes.

Jesus vem ensinando, por meio de suas ações, que todos os que decidem segui-lo devem andar nos seus passos, fazendo o que Ele fez, como verdadeiros discípulos. Assim, ao dar atenção a uma multidão de milhares de pessoas, curando seus enfermos e provendo alimento para todos com a multiplicação de pães e peixes (14.13-21), Jesus mostrou que é necessário atender às multidões, socorrer as pessoas em suas necessidades, falar-lhes do amor de Deus e demonstrá-lo na prática de obras que evidenciem esse amor.

Sim, Jesus nos ensina que, como seus discípulos, devemos amar ao próximo e nos preocupar com ele. Não significa nos intrometermos na vida do próximo, mas desejar o seu bem e lhe dedicar atenção sempre que procurar nossa ajuda, da mesma forma que Jesus fazia com as pessoas que O buscavam.

Na passagem lida Jesus prossegue mostrando aos discípulos como deve ser a conduta de alguém que quer segui-lo. Jesus havia se dirigido para aquele local com seus discípulos a fim de que eles pudessem descansar um pouco, longe das multidões, pois os textos paralelos nos mostram que os doze haviam retornado da missão que Jesus lhes dera, e estavam cansados, pois, diante da grande quantidade de pessoas que os procuravam, não tinham tempo nem mesmo para comer (Mc 6.30-32).

Mas não houve descanso, porque as multidões os seguiram. Jesus se compadeceu daquelas milhares de pessoas e as atendeu. Após passar o dia atendendo àquela enorme multidão, Jesus diz aos discípulos para embarcarem e seguirem adiante, enquanto ele despediria as multidões (v. 22). O Mestre teve esse cuidado especial porque, conforme narra João (Jo 6.15), Ele sabia que o povo pretendia levá-lo à força para o proclamar rei, por causa dos grandes feitos que haviam testemunhado. Não o Rei Eterno, mas um rei político, pois muitos concluíram que Ele era o profeta prometido nas Escrituras, mas não alcançaram a profundidade da profecia, pensando apenas no aspecto político.

Jesus sabia que seus discípulos poderiam se empolgar com essa ideia e tentar convencê-lo a aceitar a honraria, pois eles ainda tinham muito a aprender e não tinham a plena consciência da missão do Messias, de que Ele não seria um libertador político, mas tinha a finalidade de restaurar o povo para Deus e conceder-lhe a salvação por meio de sua própria morte. Por essa razão Jesus ordenou que os discípulos fossem à sua frente, e depois Ele os alcançaria.

Jesus não podia deixar que nada interferisse em sua missão aqui na terra, e essa missão não era ser coroado um rei político, pelo contrário, era infinitamente superior a isso.

Para cumprir nossa missão e andar nos passos de Jesus, enfrentamos muitos desafios, e para nos mantermos firmes é necessário observar as lições que Jesus nos ensinou, caso contrário, teremos dificuldades em imitar o Mestre e acabaremos tendo uma vida cristã medíocre, sem fazer nenhuma diferença neste mundo, cedendo diante dos obstáculos.

Vamos destacar algumas lições que podemos extrair desse texto:

      1)      Vida de oração (v. 23)
No versículo 23, lemos que Jesus despediu as multidões e, logo após, subiu ao monte para orar sozinho, ali permanecendo por muito tempo, visto que ele se dirigiu para lá ao final da tarde, e somente foi ao encontro dos seus discípulos na quarta vigília da noite, que, segundo consta, seria um horário entre as 3 e as 6 horas da manhã.

Sabemos que Jesus era 100% humano, embora fosse 100% Deus. Como ser humano, ele também se cansava e precisava recarregar suas energias. O repouso era essencial a Ele, assim como é para qualquer ser humano. Entretanto, naquele momento, após um dia exaustivo em que Jesus atendeu a milhares de pessoas, ministrando curas, pregando e provendo alimento para todos, em vez de ir dormir, Jesus se retirou para orar, ou seja, para conversar com o Pai.

A vida de oração de Jesus era impressionante. Ele sempre reservava um tempo especial para conversar com o Pai Celeste. Diante das pessoas Ele fazia orações, mas a oração de intimidade e comunhão com Deus era feita a sós, longe da correria, dos falatórios, do barulho das multidões, na tranquilidade do isolamento.

O cristão que deseja seguir os passos de Jesus, precisa aprender a orar como Ele orava. Não significa repetir as palavras que Jesus falava, afinal, nem mesmo sabemos tudo o que ele conversava com o Pai, mas dedicar um tempo especial para nos colocarmos diante do Pai e expor a Ele tudo o que está em nosso coração, estreitando esse relacionamento de Pai e filho. A oração vai ter muitos benefícios em nossa vida, dentre os quais podemos citar alguns:

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

ALIMENTANDO MULTIDÕES



Texto base: Mateus 14.13-21

Os dias atuais parecem ser marcados por um avanço do individualismo e do relativismo. As pessoas voltam-se muito mais para si mesmas, preocupando-se em ser felizes, em cuidar de si e de sua família, não cultivando mais sentimentos altruístas.

O panorama da sociedade atual passa a impressão de que as profecias contidas nas Escrituras estão se cumprindo, pois o amor vai se esfriando no coração das pessoas. A Igreja não parece ter tanta relevância como em tempos passados. E curiosamente aumentam os casos de pessoas sofrendo de depressão, amargando o desprezo, a solidão, ainda que possuam bens. São muitos os casos de pessoas enfermas, mergulhadas em vícios, com pensamentos extremamente negativos em relação à vida.

Além disto, o relativismo cresce a cada dia. Não existem mais verdades absolutas. Cada um tem a sua verdade. E nesta onda, até mesmo os cristãos começam a ver de forma relativa as verdades contidas nas Escrituras, procurando amoldar os ensinos da Palavra aos “tempos modernos” para não criar caso com ninguém e “viver em paz com todos”.

Durante seu ministério terreno, Jesus não se entregou ao individualismo nem ao relativismo ou a qualquer outro tipo de filosofia pregado pelo mundo, mas procurou ensinar e viver os verdadeiros valores do Reino de Deus. Por esta razão ele foi muito amado, mas também foi odiado. Jesus não se importou com dogmas religiosos, e caminhou fazendo a diferença nas vidas de milhares de pessoas que tiveram o privilégio de conhecer o Mestre pessoalmente.

Na passagem lida, vemos que Jesus, após saber que João Batista havia sido morto por Herodes, retirou-se para um lugar deserto, e foi seguido por multidões. Ele era cativante, porque amava as pessoas e demonstrava isso de forma prática. Ele ensinava com autoridade, mostrando às pessoas mais do amor de Deus. Ele não negociava na pregação da Palavra, falando sempre o que era necessário e que tinha recebido do Pai.

A Igreja foi deixada nesta terra para dar prosseguimento ao ministério de Jesus, de pregar o Evangelho e demonstrar o amor de Deus de forma prática, mas nem sempre isso é feito, pois muitos cristãos se esquecem de que os ensinamentos de Jesus são para a vida, e não apenas para um momento.

O texto que lemos pode trazer inúmeras lições aos discípulos atuais de Cristo, mas vamos destacar apenas três pontos.

1)      Ainda há multidões à procura de Jesus (vv. 13-14)
Inúmeras pessoas se deslocavam de suas casas, de suas cidades, em busca de Jesus. Elas ansiavam por cura, libertação, ensino, atenção, ações políticas, etc. Eram pessoas que haviam ouvido falar sobre Jesus, conheceram relatos do que Ele vinha fazendo, e acreditavam que Ele poderia dar uma solução para sua situação. Pessoas para quem, talvez, antes não houvesse uma perspectiva, e agora, ao ouvir sobre Jesus, viam a sua esperança renascer.

Elas não estavam em busca de dinheiro, porque Jesus ficou famoso por seus milagres, que envolviam curas de cegos, paralíticos, surdos, mudos, libertação de possessos, e não por uma pregação de prosperidade financeira. Ele próprio ensinava o desapego a bens materiais.